Conteúdo do 3º Ano - 2º Bimestre
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Aula 1
Epistemologia: a área da filosofia que estuda
a possibilidade do conhecimento
A epistemologia é a reflexão sobre a origem natureza do conhecimento e suas relações entre o sujeito (que conhece e é o ator no processo de conhecer) e o objeto (que é estudado e conhecido no processo de conhecimento).
A epistemologia também é chamada de teoria do conhecimento. É uma sub-área da filosofia que se dedica ao estudo do conhecimento humano, buscando defini-lo, determinando suas fontes (percepção, memória, razão, enumerando, equacionando, determinando, identificando) através de experiências, observações, predições lógicas, hipóteses.
ἐπιστήμη (Episteme) = ciência, conhecimento
λόγος (Lógos) = razão, estudo, verbo, discurso
É um ramo da filosofia que trata dos problemas filosóficos relacionados à crença e ao conhecimento.
Aula 2
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Gnosiologia é outra palavra para o campo de estudos que dedica-se à questão, validade e possibilidade do conhecimento. Este termo é equivalente à epistemologia e também significa teoria do conhecimento.
A palavra conhecimento pode ter diferentes acepções, conforme a contexto.
Há o conhecimento em um sentido geral (lato sensu) e em um sentido estrito (stricto sensu), que é o conhecimento fundamentado e, por isso, supostamente verdadeiro.
Podemos nos questionar: o conhecimento é a apresentação verídica de algo (o objeto) ao conhecimento (pelo sujeito) ou é a apreensão do sujeito de conhecimentos que estão no interior da mente?
Podemos dizer que as questões que concentraram a atenção dos teóricos da gnosis foram principalmente as seguintes:
• relação sujeito-objeto – como é a atividade do sujeito do conhecimento em relação ao objeto conhecido em que há basicamente dois polos no processo de conhecer:
-> o sujeito conhecedor (nossa consciência, nossa mente) e
-> o objeto conhecido (a realidade, o mundo, os inúmeros fenômenos);
• fontes primeiras – qual é a origem ou o ponto de partida do conhecimento;
• processo – como os dados se transformam em ideias, em juízos etc.;
• possibilidades – o que podemos conhecer de forma verdadeira.
Cada teoria do conhecimento constitui, portanto, uma reflexão filosófica que procura investigar as origens ou os fundamentos, as possibilidades, a extensão e o valor do conhecimento.
Aula 3
Concepções Epistemológicas
Idealistas:
defendem que a realidade parte das ideias e que devemos nos ocupar em
conhecer as formas perfeitas e eternas (ou ideias) e que, por isso,
precisamos desconfiar dos sentidos.
Realistas:
defendem que o mundo real parte dos objetos sensíveis que estão diante
de nós, sendo que precisamos apreendê-los em nossa mente e
compreendê-los.
Racionalistas:
defendem que são verdadeiras somente as ideias advindas da razão.
Confiam na razão para estudar o universo, a natureza e suas
propriedades. Consideram que a razão não depende de experiências
sensíveis para chegar à verdade científica.
Empiristas:
defendem que o conhecimento somente começa com a experiência, e que
somente a razão é impossível chegar a verdades confiáveis sobre o objeto
de estudo.
Aula 4
Fontes primeiras do conhecer
(ou: a origem da cognição)
* Racionalismo
Deriva do latim ratio, que significa “razão”, e é empregada em diversos sentidos.
No contexto das teorias do conhecimento, designa a doutrina que atribui exclusiva confiança à razão humana como instrumento capaz de conhecer a verdade. René Descartes (1596-1650) advertia que "não devemos nos deixar persuadir senão pela evidência de nossa razão".
Para o racionalismo, os princípios lógicos fundamentais seriam inatos, isto é, já estariam na mente do ser humano desde o nascimento. Daí a razão ser concebida como a fonte básica do conhecimento.
* Empirismo
A palavra tem sua origem no grego empeiria, que significa “experiência”. As teorias desta tese defendem que todas as nossas ideias são provenientes da experiência e, em última instância, de nossas percepções sensoriais (visão, audição, tato, paladar, olfato).
Para os defensores desta concepção, não existem as ideias inatas. como afirmava um dos principais teóricos dessa corrente, o filósofo inglês John Locke (1632-1704), nada vem à mente sem ter passado antes pelos sentidos.
* Apriorismo ou criticismo kantiano
Nem todos os filósofos aderiram ao racionalismo ou ao empirismo. alguns buscaram um meio-termo para essas visões tão opostas. É o caso do apriorismo kantiano, formulado pelo filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804).
Kant critica o racionalismo e o empirismo, pois defende que ambas as doutrinas não consideram o papel ativo da pessoa no processo de aquisição do conhecimento. Dessa forma, Kant estabelece limites para o intelecto humano em relação ao conhecimento.
Ele afirmava que todo conhecimento começa com a experiência, mas que a experiência sozinha não nos dá o conhecimento. ou seja, é preciso um trabalho do sujeito para organizar os dados da experiência.
Assim, buscou saber como é o sujeito a priori, isto é, antes de qualquer experiência. concluiu que o ser humano possui certas faculdades ou estruturas (as quais ele denomina formas da sensibilidade e do entendimento) que não apenas possibilitam a experiência, mas também determinam o conhecimento.
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Aula 5
Possibilidades do conhecer
* Dogmatismo
Defende a possibilidade de atingirmos a verdade
Dogmatismo ingênuo – tendência que confia plenamente nas possibilidades do nosso conhecimento. Crê que, sem grandes dificuldades, percebemos o mundo tal qual ele é;
Dogmatismo crítico – tendência que defende nossa capacidade de conhecer a verdade mediante um esforço conjugado de nossos sentidos e de nossa inteligência. Confia que, por meio de um trabalho metódico, racional e cien-
tífico, o ser humano torna-se capaz de conhecer
a realidade do mundo.
* Ceticismo
Uma doutrina é cética quando duvida da possibilidade de conhecermos a verdade ou nega essa possibilidade
- Ceticismo absoluto ou radical
Górgias de Leontini defendia as seguintes ideias: o ser não existe; se
existisse, não poderíamos conhecê-lo; e, se pudéssemos conhecê-lo, não poderíamos comunicá-lo aos outros.
Outro filósofo conhecido pelo seu ceticismo absoluto foi Pirro.
- Ceticismo relativo
Consiste em negar apenas parcialmente nossa capacidade de conhecer a verdade.
Doutrinas que manifestam um ceticismo relativo:
-> o subjetivismo
-> o relativismo
-> o probabilismo
-> o pragmatismo
* Criticismo
Defende que a possibilidade do conhecimento seja criticamente colocado em questão. Trata-se de uma posição crítica diante da possibilidade de conhecer.
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Aula 6
Questões para a Avaliação Parcial
1) Para que os filósofos investigam o processo do conhecimento?
2) Quais são os polos tradicionalmente opostos identificados no processo do conhecimento? Quais os principais expoentes de cada vertente?
3) Diferencie o idealismo do realismo.
4) Diferencie o racionalismo do empirismo.
5) Como o criticismo atua entre as vertentes radicais de pensamento?
6) "Ao nascermos, nossa mente é como uma tábula rasa."
"Somente defemos deixar-nos persuadir pela evidência de nossa razão."
Explique essas afirmações, quem as formulou e quais suas vertentes.
7) De que maneira Kant resolve o impasse criado por racionalistas e empiristas?
Última atualização: 25/05/2023
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